top of page
Sumário da água

Blog da REBOB

CBHSF e ANA discutem metas do novo Contrato de Gestão e avanços na governança da Bacia do São Francisco

  • amandachicattomkt
  • 31 de out.
  • 5 min de leitura
ree

Reunião marca início das tratativas sobre o novo ciclo de metas e diretrizes da gestão 2025–2029


Nos dias 22 e 23 de outubro, representantes do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) e da Agência Peixe Vivo (APV) se reuniram na sede da ANA, em Brasília (DF), para debater as metas do novo Contrato de Gestão, o Plano Integrado da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (PIRH-SF) e outros temas estratégicos voltados ao fortalecimento da governança das águas na bacia.


O encontro contou com a presença de representantes da diretoria da ANA, da Diretoria Colegiada do CBHSF e da equipe técnica da Agência Peixe Vivo, marcando o início das discussões sobre o novo ciclo de planejamento 2025–2029.


Integração e alinhamento institucional


A reunião foi aberta com a apresentação das novas diretorias da ANA e do CBHSF. O objetivo foi alinhar estratégias e fortalecer o diálogo institucional entre os órgãos que compõem o Sistema Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos (Singreh).


Os participantes discutiram pautas relacionadas aos instrumentos de gestão, com foco em aprimorá-los e ampliar a cooperação técnica entre as instituições. A diretora da ANA, Larissa Borges, destacou a importância de aprimorar o monitoramento das águas e de promover o diálogo com os diversos setores usuários. “Nosso papel é dialogar com os setores e com os Comitês de Bacia. Precisamos aprimorar o monitoramento e ter um olhar cada vez mais sensível às demandas, para todos os usos da água”, afirmou. Ela ressaltou ainda que foram investidos R$ 130 milhões no monitoramento de rios, sendo R$ 70 milhões destinados à modernização da rede hidrometeorológica do São Francisco.


O presidente do CBHSF, Cláudio Ademar, reforçou a necessidade de planejamento e alertou sobre os impactos de restrições orçamentárias.b“O planejamento do CBHSF depende diretamente do orçamento. Precisamos garantir recursos e ampliar parcerias para que as ações de revitalização e gestão da bacia sejam efetivas”, pontuou.


Também foram debatidas as demandas relacionadas às barragens e aquíferos, com destaque para a necessidade de diagnóstico técnico, definição de responsabilidades e aprimoramento dos planos de segurança de barragens.


O coordenador da CCR Médio São Francisco Cláudio Pereira defendeu que as ações sejam pautadas em estudos aprofundados: “Precisamos de um levantamento robusto sobre as barragens e sobre os aquíferos, para propor soluções viáveis à ANA e garantir uma gestão mais segura e eficiente.”


Apresentação de ações e programas do CBHSF


Durante o encontro, Cláudio Ademar apresentou um panorama da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, incluindo os principais projetos em execução. Entre as ações destacadas estão:


  • Planos Municipais de Saneamento Básico (115 PMSBs);

  • Requalificação Ambiental, com investimento de R$ 46 milhões até o fim de 2024;

  • Sustentabilidade Hídrica no Semiárido;

  • Projetos de Saneamento Rural;

  • Programas de Educação Ambiental.


O presidente enfatizou que os projetos do Comitê devem contemplar não apenas a recuperação hidroambiental, mas também os aspectos sociais e econômicos das comunidades ribeirinhas. “Só conseguiremos manter a Caatinga em pé se o produtor estiver de barriga cheia. A sustentabilidade precisa caminhar junto com o desenvolvimento local”, destacou.


A diretora-geral da Agência Peixe Vivo, Rúbia Mansur, reforçou a importância de dar visibilidade aos investimentos realizados. “Precisamos fortalecer a divulgação dos projetos, mostrando à sociedade os resultados alcançados e ampliando o reconhecimento das ações do Comitê”, disse.


Mudanças climáticas e segurança hídrica


A Superintendente de Estudos Hídricos e Socioeconômicos da ANA, Ana Paula Fiorese, apresentou os resultados de estudos sobre os impactos das mudanças climáticas nos recursos hídricos, que serão levados à COP-30, em Belém. Ela destacou que o levantamento traz, de forma inédita, análises em escala de sub-bacia, considerando cenários de curto, médio e longo prazo (2015–2100). O estudo indica uma tendência de redução na disponibilidade hídrica em grande parte do país, incluindo a bacia do São Francisco.


Os dados subsidiarão o planejamento de ações de adaptação e resiliência hídrica, como o Índice de Segurança Hídrica (ISH) e o Water Resilience Tracker (WRT) — ferramentas que auxiliam países e comitês a se autoavaliarem e fortalecerem sua governança diante dos efeitos climáticos.


Rúbia Mansur destacou que o CBHSF poderá usar esses dados como critério nos futuros editais de seleção de áreas de investimento. “O estudo da ANA traz novas possibilidades para o planejamento. Ele nos ajuda a olhar para a diversidade da bacia e entender melhor os impactos das mudanças climáticas”, afirmou.


Discussão sobre o novo Contrato de Gestão


Um dos principais pontos da pauta foi a apresentação e debate da minuta do novo Contrato de Gestão entre a ANA e a Agência Peixe Vivo (APV), responsável pela execução das ações do CBHSF.


A coordenadora de Acompanhamento das Entidades Delegatárias da ANA, Grace Benfica Matos, apresentou o arcabouço legal e a metodologia de acompanhamento. “A metodologia, vigente desde 2021, foi aprimorada para garantir mais precisão na medição dos resultados. As entidades delegatárias têm metas e indicadores de desempenho, avaliados anualmente por uma comissão específica”, explicou.


O presidente Cláudio Ademar destacou a necessidade de revisar o documento com agilidade. “Estamos iniciando um novo ciclo de gestão e planejamento. Precisamos analisar o contrato, planejar o Plano de Aplicação Plurianual (PAP) e o Plano Orçamentário Anual (POA) com atenção, para que nossas metas estejam bem alinhadas às diretrizes da ANA.”


Outro ponto debatido foi a inadimplência no pagamento pelo uso da água, atualmente em cerca de 13% dos usuários. O presidente sugeriu ações de comunicação e campanhas de orientação para estimular o pagamento voluntário e ampliar a arrecadação. “É interesse do Comitê que os usuários mantenham seus pagamentos em dia. Colocamo-nos à disposição para apoiar a ANA na divulgação e no esclarecimento sobre o processo de cobrança”, afirmou


Saneamento básico e novos desafios


A Superintendência de Regulação de Saneamento da ANA, representada por Lígia Araújo, apresentou o panorama do Marco Legal do Saneamento (Lei nº 14.026/2020) e o papel da ANA na edição de normas de referência para o setor.


O diretor da ANA, Humberto Gonçalves, destacou a importância da cooperação com o CBHSF: “O Comitê já realiza importantes ações no saneamento, como a elaboração de mais de 100 PMSBs. Somando forças, poderemos avançar ainda mais.” Cláudio Ademar complementou ressaltando a força política do colegiado. “O Comitê tem representatividade e legitimidade. Precisamos usar essa força para construir pautas conjuntas e levá-las às autoridades governamentais”, reforçou.


Plano Integrado da Bacia e perspectivas


No segundo dia do encontro, Erik Cavalcante, da ANA, apresentou atualizações do Plano Integrado da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (PIRH-SF), documento que orienta as ações de gestão e recuperação do rio. “Queremos harmonizar a gestão. Não dá para priorizar apenas a calha principal nem generalizar as necessidades dos afluentes. É fundamental respeitar a diversidade da bacia e planejar com base em múltiplos usos e realidades”, explicou.


Os membros da Diretoria Colegiada (Direc) do CBHSF participaram ativamente, com sugestões e questionamentos sobre o PIRH e a integração das ações do Comitê com a Agência Peixe Vivo.


Encaminhamentos e próximos passos


O encontro foi encerrado com a definição de encaminhamentos estratégicos e da programação da plenária de dezembro, prevista para acontecer no dia 18/12, de forma virtual, que consolidará as deliberações para o próximo ciclo de gestão.


O presidente Cláudio Ademar destacou o espírito de cooperação que marcou o encontro: “Saímos com encaminhamentos concretos e uma agenda positiva de trabalho. O diálogo com a ANA é fundamental para que possamos fortalecer a governança e planejar o futuro da bacia de forma integrada e sustentável.”


Fonte: CBHSF

Comentários


FOOTER-STAKEHOLDERS-SITE-REBOB.jpg
logo-rebob-rodapé.png

A Rede Brasil de Organismos de Bacias Hidrográficas - REBOB é uma entidade sem fins lucrativos constituída na forma jurídicos de Associação Civil, formada por associações e consórcios de municípios, associações de usuários, comitês de bacia e outras organizações afins, estabelecidas em âmbito de bacias hidrográficas.

  • Telegram
  • LinkedIn App Icon
  • Wix Facebook page
bottom of page