Débora Pires Jeronymo
A imensidão das águas que permeiam o planeta Terra por si só já deveriam alertar sobre a tamanha importância de preservá-las. Cuidar do meio ambiente como um todo deveria ser uma prática desde a infância, pois o conhecimento e o contato que conecta podem ser transformados em ação.
Desde os meus oito anos de idade tive grande contato com a natureza em uma pequena chácara, em meio a árvores repletas de frutas, como limão e caju, e animais, a exemplo de galinhas livres e coelhos. Assim, aprendi a respeitar a conexão entre os diferentes seres que compõem o meio ambiente natural.
Anos mais tarde, mesmo durante a minha graduação de Direito, uma inquietação habitava em mim. Eu ainda não entendia muito bem o que era até ingressar em uma organização sem fins lucrativos (AIESEC) onde tive contato com outras ONGs que lidavam diretamente com o meio ambiente. Em seguida, acabei participando de um treinamento do Climate Reality Project Brazil para adquirir mais conhecimento sobre mudanças climáticas e a forma como elas afetam os oceanos e o meio ambiente como um todo. Com isso, percebi que havia falhas na forma de comunicar sobre esse assunto. Dessa forma, eu queria me aprofundar mais nesse tema tão urgente e poder contribuir positivamente.
Portanto, em 2022 ingressei como mestranda no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar de Ciência e Tecnologia do Mar na UNIFESP. Juntamente ao meu orientador Dr. Prof. Renzo Taddei, comecei a estruturar melhor um projeto para analisar as percepções e desafios na comunicação das mudanças climáticas entre comunicadores e cientistas.
Desde então, tenho aprendido cada vez mais sobre a importância de cuidar do meio ambiente com foco nos oceanos, especialmente, da realização de ações de mitigação e adaptação frente aos efeitos das mudanças climáticas, e o quão relevante é saber comunicar e realizar um diálogo personalizado para cada público. Divulgar sobre clima é algo realmente desafiador, mesmo para institutos que há anos possuem esse papel, porém, muitos comunicadores testam formas distintas de comunicação, de acordo com seus objetivos e as pessoas para as quais desejam alcançar. Entendo que ainda tenho muito para aprender, ouvindo atentamente aos mais diversos comunicadores, cientistas e demais pessoas relacionadas às mudanças climáticas, contudo, algo que me chama bastante atenção é o quão necessário precisamos fomentar diálogos para ação, considerando os aspectos sociais, culturais, nessas conversas que precisam unir a natureza e o lado humano.
Débora Pires Jeronymo, possui graduação em Direito pela Escola Superior de Administração, Marketing e Comunicação de Santos - ESAMC (2017). É aluna no Programa de Pós-Graduação Interdisciplinar de Ciência e Tecnologia do Mar na UNIFESP. Atualmente é analista de contratos na empresa Ernst & Young para a região do Brasil, Chile e Argentina. Também é redatora voluntária no blog nacional do Climate Reality Project Brasil, atuando principalmente nos seguintes temas: mudanças climáticas, sustentabilidade, educação climática e meio ambiente.
Comments