top of page
Sumário da água

Blog da REBOB

Água e desastres naturais: podemos impedi-los?

Escrito por Bruna Soldera - Instituto Água Sustentável IAS



Você já pensou que catástrofes relacionadas a eventos extremos refletem na água e causam prejuízos ecológicos, sociais e também econômicos? Isso mesmo, esses desastres podem representar milhões ou mesmo bilhões para os cofres públicos e privados!

Segundo uma reportagem publicada pelo Correio Braziliense em 2018, “em 2017, os desastres naturais relacionados à água causaram perdas mundiais de US$ 306 bilhões, de acordo com dados apresentados ontem no painel. Entre 1980 e 2016, 90% dos desastres estão relacionados ao clima. Em 2016, apenas 28% dos US$ 175 bilhões de perdas globais foram assegurados. Desse total, 31% foram devido a tempestades, 32% atribuídos a alagamentos e 10% a temperaturas extremas”. Fonte: https://www.fatoamazonico.com.br/15-dicas-para-economizar-agua-e-reduzir-o-seu-consumo-e-sua-conta/

Segundo informações da Organização Meteorológica Mundial (OMM) eventos climáticos extremos - furacões, tempestades, inundações e secas - provocam 75% das catástrofes, que refletem em perdas de milhares de vidas e danos econômicos altíssimos para os países. Além disso, o mesmo estudo da OMM mostrou que “nos últimos 20 anos mais de 3 bilhões de pessoas foram afetadas por secas e inundações, com mais de 166 mil mortes” (UM SÓ PLANETA, 2021).

Esses eventos que causam redução de água devido às secas extremas causam impactos para agricultura, abastecimento doméstico e industrial, geração de energia, navegação, pesca, turismo e lazer. Adicionalmente, a escassez hídrica e a poluição causam perda de biodiversidade e impactam ecossistemas e consequentemente reduzem a resiliência ecossistêmica e deixam a sociedade mais vulnerável (UM SÓ PLANETA, 2021).

São constantes as notícias sobre a seca persistente no Pantanal e o aumento de grandes incêndios. Em contraste, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) prevê que na Amazônia os rios Negro e Solimões devem registrar cheias históricas em 2021.

Como mitigar esses efeitos?

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) “apenas a promoção do acesso universal à água e ao saneamento geraria anualmente cerca de US$ 170 bilhões em benefícios como a geração de emprego e renda, por exemplo” (UM SÓ PLANETA, 2021). Mesmo com a globalização das informações através da internet, pouco se sabe sobre como age a sociedade perante crises locais e nos milhares de desastres que devastam comunidades inteiras. Por isso, monitorar esses eventos e divulgar informações são ações de extrema importância para diminuir o impacto dos desastres para a humanidade.

Durante o 8º Fórum Mundial da Água, Naruhito (príncipe herdeiro do Japão) ressaltou que “a presença de áreas de florestas tropicais e grandes rios, como o Rio Amazonas e o Rio de La Plata, assim como aquíferos, como o Guarani, que passam pelo Brasil e se estendem além das fronteiras.... têm um papel importante não somente no crescimento e desenvolvimento do país, como também no balanço climático e conservação da biodiversidade da terra” (CORREIO BRAZILIENSE, 2018).

Seung-soo (presidente do High Level Experts and Leaders Panel on Water and Disasters) enfatizou que os países precisam dar mais foco para o manejo dos desastres para impedir a perda de água e a melhor maneira é investimentos na educação, conscientização, pesquisas e setores relacionados à água.

A notícia de que a erupção nas Ilhas Canárias poderia causar um tsunami no litoral do Brasil deixou o país em alerta na última semana. As autoridades espanholas elevaram para o nível amarelo o alerta de erupção do vulcão Cumbre Vieja, na ilha de La Palma, na costa norte da África, que começou a dar sinais de atividade moderada nos últimos dias. A última vez que o vulcão entrou em erupção foi na década de 1970. O professor da Universidade Federal do Mato Grosso (UFMT) Lucas Rossetti, especialista em rochas vulcânicas, explicou que um tsunami causado por uma erupção a partir de uma ilha vulcânica é um evento que ocorre uma vez a cada 20 mil anos. Outro ponto que favorece o país a fugir de tais desastres é que a atividade vulcânica nas ilhas do Atlântico — oceano que banha o país — é baixíssima.

De acordo com o professor do departamento de Geofísica da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) Aderson Nascimento, se todas as possibilidades forem desafiadas e um tsunami realmente acontecer a partir da atividade vulcânica em La Palma, teríamos horas para nos preparar para a chegada das ondas gigantes. Não estamos preparados para esse tipo de acontecimento e investir em pesquisas e pessoal qualificado para isso pode ser cada vez mais necessário, como já dizia o ditado popular “melhor prevenir do que remediar”.

Curtiu o artigo? Continue aprendendo nas redes sociais e no canal do YouTube do IAS!

6 visualizações
bottom of page