Diretora-presidente da ANA aborda importância do monitoramento hidrológico para expansão da agricultura irrigada em workshop da CNA

No Auditório da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), em Brasília, a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) participou do 3º Workshop Setor Agropecuário na Gestão da Água nesta terça-feira, 10 de junho. A instituição esteve presente na mesa de abertura representada pela diretora-presidente, Veronica Sánchez da Cruz Rios. Também participaram da solenidade o presidente da CNA, João Martins; o deputado federal e presidente da Frente Parlamentar Mista em Prol do Semiárido, General Girão; o Secretário Nacional de Segurança Hídrica do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), Giuseppe Vieira; entre outras autoridades.

A diretora-presidente começou seu discurso falando sobre o Acordo de Cooperação Técnica (ACT) firmado pela ANA, pela CNA e pelo SENAR em abril deste ano com foco em capacitação de produtores rurais na temática de água. Veronica também abordou a importância da gestão eficiente da água considerando que o Brasil possui realidades bastante distintas em seus diferentes biomas. “O Brasil é um continente com biomas diferentes, com realidades, do ponto de vista hidrológico, muito diferentes. Temos a Amazônia, que detém 80% da disponibilidade hídrica do Brasil e os outros 20% são distribuídos no restante do território nacional. Isso implica numa obrigação que nós temos de fazer uma gestão eficiente da água nesse restante do território brasileiro, que tem apenas 20%”, disse a dirigente.

Rios destacou, ainda, sobre a importância dos dados hidrológicos para que a irrigação possa se expandir pelo País de forma sustentável. “Essas informações é que permitem que a gente tome decisões qualificadas. Então, eu chamo a atenção disso, presidente [João Martins], porque sem dados, sem informações, a gente não faz nada. E se a gente quer chegar no potencial, o senhor estima de três vezes [para expansão da área irrigada no Brasil], os 8 milhões de hectares que a gente tem hoje, e a gente tem os dados do nosso Atlas Irrigação, que aponta que o nosso potencial é de 55 milhões de hectares irrigados no Brasil. E a gente quer chegar lá, mas, para que esse potencial se concretize, a gente precisa ter dados que permitam que a produção seja desenvolvida e localizada onde há água, onde há disponibilidade hídrica para que aquela produção consiga, vamos dizer assim, prosperar com sustentabilidade”, alertou a diretora-presidente da ANA.

Outro ponto apresentado pela dirigente da Agência foi a importância da adesão dos estados e do DF à Plataforma Águas Brasil para que o Brasil avance em sua gestão de recursos hídricos. “Esperamos que a nossa plataforma já esteja disponível em dezembro para que todos os senhores possam usar dela e exigir também que os estados façam adesão a essa plataforma, para que tenhamos um sistema único nacional que nos permita uma gestão mais eficiente e mais inteligente desse insumo, que é finito. A água é finita, ela não é infinita. A gente precisa cuidar dela e valorá-la adequadamente e fazer uma gestão inteligente dessa água para que possamos usufruir de toda a riqueza do País com sustentabilidade”, concluiu Rios.

Com o tema Energia para a Agricultura Irrigada – Demandas Atuais e Futuras, o evento foi realizado pela CNA em homenagem ao Dia Nacional da Agricultura Irrigada, celebrado em 15 de junho. Além disso, o encontro teve como eixo central o reconhecimento da irrigação como uma atividade estratégica e indispensável para garantir a segurança alimentar, promover a adaptação da produção agropecuária às mudanças climáticas e assegurar o uso eficiente e sustentável dos recursos naturais. 

Fonte: Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA)