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Sumário da água

Blog da REBOB

Os avanços no setor das águas e os impactos na área acadêmica


A partir da Lei federal nº 14.026/2020, o setor do saneamento básico ambiental vislumbra um prestígio à inovação tecnológica abrindo grandes oportunidades para este setor, o que atinge diretamente os Recursos hídricos. Como citada na referida lei em seu artigo 2º VIII, a inovação tecnológica é tratada como um dos principais fundamentos do setor.


Esta conjuntura nos apresentam a necessidade de profissionais capacitados, ideias e projetos vistas à promoção da inovação tecnológica especialmente destinada a pesquisas ligadas ao saneamento. Quando nos é levantado o tema de pesquisas, imediatamente vislumbramos as instituições de ensino como a base principal para tal estudos, tendo com a sua principal ‘’mão-de-obra’’ os discentes interessados em contribuir com seus conhecimentos. Especificamente o setor da Engenharia Civil entra nesta perspectiva contribuindo na execução de atividades na área de construção civil, desde a gestão até a execução de obras.


Nesta perspectiva, nos vem um questionamento e observação, a busca e escolha dos estudantes para o curso de engenharia civil visa a sua contribuição nesta área tão importante que é a gestão do saneamento no qual impacta diretamente os recursos hídricos? Ao questionar ingressantes do curso de Engenharia Civil em seus primeiros dias de aula, percebemos que esta área, inicialmente, não é vislumbrada por muitos e partir desta perspectiva nos cabe apresentar e dar importância de que é o setor da engenharia que cuida da exploração, do uso e da gestão dos recursos hídricos apresentando a estes discentes as principais atividades que o engenheiro pode executar nesta área, desde planejar e orientar a utilização das águas de bacias hidrográficas, prevenindo os impactos negativos que elas possam sofrer em consequência de atividades industriais, agrícolas e urbanas.


Como experiências que considero exitosa e já testada em uma instituição de ensino superior de Alagoas, seria a apresentação desta área já no início do curso, por um profissional capacitado trazendo a atuação do engenheiro, suas atividades, empresas e órgãos para inserção neste setor a sua importância que hoje, como descrito anteriormente irá necessitar de ampla demanda por investimentos na ampliação do alcance e qualidade dos serviços em âmbito estadual e nacional, conjuntura que se mostra propícia a oportunidades para a implementação de profissionais e tecnologias mais eficientes.


Hoje, o cenário nos mostra que os investimentos são imprescindíveis, visto que, a exemplo do sistema de esgotamento sanitário, cerca de 45% dos brasileiros não dispõem ou este sistema é precário segundo dados do Diagnóstico Temático – Serviços de Água e Esgoto, elaborado no âmbito do Sistema Nacional de Informações de Saneamento (SNIS). E esta gama de investimento que irá surgir deverá ampliar significativamente a relação entre o saneamento básico, a pesquisa científica e o fomento a startups, gerando novas oportunidades de mercado ou mesmo criando mercados com a valorização.


Um outro exemplo que se pode reproduzir, seria o estímulo para criação de Liga acadêmicas na atuação desta área. As ligas acadêmicas são entidades criadas por alunos, professores e profissionais que apresentam interesse no tema abordado, surgiram no século XX como uma estratégia extracurricular, com o objetivo de promover um aprofundamento teórico-prático das atividades aprendidas em sala de aula buscando complementar a formação do aluno.


Atualmente já são realizados diversos concursos para estudantes a nível nacional para submissão de projetos no setor de Recursos hídricos, trazendo soluções de gestão, tecnológicas visando sempre novas ideias para problemas antigos.


Bem, esse texto vem para mostrar um pouco da evolução da área dos Recursos hídricos dentro do contexto acadêmico através do meu ponto de vista como profissional desta área e docente, entendendo também o crescimento da área através dos olhares de estudantes que ingressam no curso de Engenharia Civil.



Marianny Monteiro


Gestora Ambiental (IFPE, 2013), mestre em Engenharia Civil com ênfase em Recursos Hídricos e Tecnologia Ambiental (UFPE, 2015), atualmente é doutoranda em Engenharia Civil (UFPE). Professora titular do Curso de Engenharia Civil no Centro Universitário Cesmac (AL). Membro do Comitê de Bacia Hidrográfica do Pratagy e colegiado do Forúm Nacional de Comitês de Bacias Hidrográficas.

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