Curso de extensão, oferecido desde 2018, visa capacitar educadores na elaboração e desenvolvimento de atividades de ensino do tema água e mobilização social para os jovens.
Por Paula Penedo P. de Carvalho
Até o dia 20 de fevereiro, estão abertas as inscrições para o curso de extensão Água como elemento interdisciplinar do ensino nas escolas. Oferecida pela Escola de Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo (EESC/USP), a formação é uma parceria com o Programa de Pós-graduação em Rede Nacional para o Ensino das Ciências Ambientais (PROFCIAMB) e a Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA).
A capacitação, que iniciará sua quarta edição, é oferecida na modalidade de ensino à distância, sendo destinada a professores da educação básica e profissionais que lidam com ensino em espaços não formais e/ou não escolares. Seu objetivo é habilitar educadores na elaboração e desenvolvimento de atividades de ensino e mobilização social, tendo o tema água como elemento transversal deste processo.
Colaboram com o oferecimento do curso as Universidades Federais do Amazonas (UFAM), do Pará (UFPA), de Sergipe (UFS), de Pernambuco (UFPE), do Paraná (UFPR) e de Brasília (UnB), além das Universidades Estaduais de Maringá (UEM) e de Feira de Santana (UEFS), que compõem a Rede PROFCIAMB. Além disso, ele conta ainda com o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), sendo ofertado de maneira gratuita e com carga horária de 80 horas.
A quarta turma do curso ocorrerá entre 22 de março e 30 de junho de 2022, com uma oferta de 1080 vagas. Para essa nova edição, várias mudanças estão sendo implementadas a partir das experiências das turmas anteriores, de forma a atualizar e modernizar os conhecimentos compartilhados. “Assim, o curso irá contar com uma nova identidade visual, conteúdo para Letramento Virtual e uma lista renovada de produtos educacionais da Rede PROFCIAMB”, revela o coordenador Tadeu Malheiros, da EESC-USP.
As inscrições para participar do curso deverão ser feitas, pelo sistema Apolo, da USP (https://uspdigital.usp.br/apolo/). Mais informações podem ser obtidas em:
Resultados do curso
Desde o seu início, em 2018, o curso Água como elemento interdisciplinar do ensino nas escolas já recebeu 3.265 alunos. “A participação dos discentes do PROFCIAMB como tutores e a inserção continuada de diversos produtos educacionais resultantes das pesquisas do mestrado profissional são importantes inovações que este curso traz na sua concepção”, explica Tadeu.
Um desses tutores foi a pedagoga Marcia Xavier, discente do mestrado pela associada Universidade Federal do Paraná. De acordo com a pedagoga, o curso é uma excelente oportunidade para a formação continuada dos profissionais da educação, que podem trocar experiências com professores que atuam nas mais diversas regiões do país e ver a realidade dos outros locais. “E os projetos aplicados nas escolas utilizando os produtos dos alunos do PROFCIAMB é outro resultado bem positivo, além do desenvolvimento de dezenas de projetos de caráter interdisciplinar com o conteúdo sobre o tema água para uso nas escolas de educação básica”, defende.
Esse é o caso da aluna Olívia Gavioli, de Santo André, que se matriculou na segunda edição do curso, no primeiro semestre de 2021. Formada em Tecnologia em Hidráulica e Saneamento Ambiental, sua experiência em sala de aula incluía trabalhos pontuais como professora convidada ou em projetos de educação ambiental. Devido a isso, ela se sentiu atraída pelo curso pela possibilidade de aperfeiçoar sua atuação como educadora, para abordar seu tema de formação de maneira mais acessível.
Por ser realizado na modalidade EaD, o curso permitiu à Olívia ter contato com pessoas de diversos estados. Como resultado, seu trabalho de conclusão foi realizado de maneira remota, em parceria com a aluna Marcely Prado, também matriculada na segunda turma do curso, que é professora do curso técnico em meio ambiente no Instituto Federal do Triângulo Mineiro, em Uberlândia. “Ela viu que a gente tinha um perfil muito próximo, então me convidou para entrar como professora convidada e participar de duas aulas. E a gente desenvolveu um plano de aula para abordar questões sobre uso e a disponibilidade da água”, lembra.
No projeto, as alunas desenvolveram um jogo interativo online para testar o conhecimento dos estudantes e, em seguida, propuseram a eles buscarem imagens de algum problema recorrente em relação à água, sugerindo que trouxessem soluções. “E foi muito legal porque eram alunos do primeiro ano, então estão começando agora a vida profissional. Tem uma questão aí de responsabilidade muito grande da nossa parte, de fazer com que eles se interessem pelo assunto de maneira que isso seja importante na carreira profissional deles. Que eles vejam isso como diferencial”, alega Olívia.
Desafios da pandemia
Em meio às dificuldades impostas pela pandemia, um dos maiores desafios do curso de extensão tem sido manter a participação ativa dos alunos nas atividades à distância. A professora Kátia Cavalcante, que fez parte da equipe organizadora do curso pela associada UFAM, explica que as experiências da segunda turma não se repetiram na terceira edição porque houve um retorno ao sistema híbrido em suas atuações profissionais, que acabou cobrando muito mais tempo dos cursistas no cumprimento de seus trabalhos.
Mesmo assim, grande parte dos alunos foi aprovada na segunda e terceira turmas do curso, como resultado de uma gestão que procurou agir de maneira flexível e solidária, compreendendo o momento pelo qual os alunos estavam passando. “Se um prazo não era cumprido, a gente buscava fazer aquele acompanhamento para saber o que estava acontecendo e tentar motivar. Esse espaço de troca de ideias permitiu que a gente mantivesse a proximidade em relação aos alunos que cursaram o EaD”, lembra Kátia.
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