A ausência do acesso aos serviços básicos reforça a desigualdade de gênero no país
Nesta terça-feira, 8 de março, foi celebrado o Dia Internacional da Mulher. Oficializada pela ONU na década de 70, a data homenageia as conquistas das mulheres ao longo dos anos e a constante luta em busca da igualdade de gênero.
No texto, o ITB apresentarou como a falta dos serviços de saneamento básico impacta a vida de milhares de mulheres no Brasil.
De acordo com o estudo lançado em 2018 pelo Trata Brasil em parceira com a BRK Ambiental, intitulado “O Saneamento e a Vida da Mulher Brasileira”, uma em cada quatro mulheres no país não tem acesso apropriado à infraestrutura sanitária e o saneamento. Ademais, o estudo demostra que o acesso ao saneamento para as 27 milhões de mulheres que sofrem com ausência desses serviços resultaria em um acréscimo médio de R$ 321,03 ao ano para cada uma dessas brasileiras, o que representaria um ganho total à economia do país de mais de R$ 12 bilhões ao ano.
O relatório também aponta que 1,5 milhão de mulheres não tem banheiro em casa, fator que se torna ainda mais preocupante devido a situação de pobreza menstrual que milhares de meninas e mulheres vivem diariamente.
O ITB em um episódio do podcast “Falando em Saneamento” com a convidada Victoria Dezembro, fundadora do Projeto Luna, discorreu sobre a relação direita da falta dos serviços básicos com a problemática da pobreza menstrual. Na conversa, Victoria define a pobreza menstrual como a falta de acesso à educação sobre menstruação, a falta de saneamento básico, banheiros e artigos de higiene menstruais.
A garantia do acesso a água e banheiros para higiene durante a menstruarão é fundamental para prevenir infecções e outras questões de saúde gerados pela pobreza menstrual. De acordo com dados do DATASUS 2019, presentes no Painel Saneamento Brasil, as internações por doenças associadas à falta de saneamento na população feminina corresponderam a mais de 141 mil, enquanto as internações totais de homens por doenças de veiculação hídrica foram de aproximadamente 132 mil. Uma diferença que representa mais de 8 mil internações entre a população feminina e masculina.
O acesso digno aos serviços de saneamento básico significa a oportunidade de desenvolvimento para que mais mulheres alcancem seus objetivos e sonhos, ocupem altos cargos profissionais, seja em que área for, e que jovens meninas possam estudar com saúde e segurança. Sendo um dos pilares da sociedade, a mulher exercendo toda a sua capacidade é fundamental para a construção de um país mais justo.
Fonte: Trata Brasil
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