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Sumário da água

Blog da REBOB

Mulher no cuidado com os recursos hídricos: da academia à comunidade

Maria de los Angeles Perez Lizama


Ao ser convidada para realizar um artigo nesta sessão, não poderia deixar de prestar minha homenagem a todas as mulheres que realizam ciência neste momento. No dia 11 de fevereiro em que se comemora o Dia da Mulher e menina cientista, é primordial parabenizar a todas as grandes mulheres que estão trabalhando na ciência neste exato momento, e relembrar de todas as que nos motivaram para estar aqui neste lugar. Parabéns a todas!


Hoje, olhando para trás, relembro os caminhos para estar aqui hoje. A graduação em ciências Biológicas, o mestrado e doutorado em ecologia de ambientes aquáticos continentais pela Universidade Estadual de Maringá (UEM), os diversos pós-doutorados. Trabalhando sempre com peixes, os estudos sobre o ciclo de vida, do crescimento e depois com parasitologia de peixes em ambientes naturais me proporcionaram a base para estudar e compreender que os organismos são regulados pelo ambiente, se adaptando ao meio em que vivem.


Ao olhar de forma mais macro, percebe-se que o ambiente reage as mudanças impostas pelo homem e os organismos reagem as mudanças que o ambiente sofre. Não podemos pensar na relação homem-ambiente-organismos-natureza como algo desvinculado. Está Tudo conectado!


A poluição ambiental que vem se agravando ao longo da história, é um problema que atinge direta e indiretamente a população humana. Desta forma, os mecanismos de monitoramento, bem como as medidas de controle do ambiente no âmbito urbano e rural são necessários para mitigar estas ações antrópicas.


Amostragem de água, peixes e macroinvertebrados em córrego urbano, Maringá, PR.

A partir desse anseio em saber mais, iniciei os estudos com bioindicadores biológicos de qualidade ambiental como uma forma eficaz de realizar o monitoramento dos recursos hídricos. Os bioindicadores são aqueles organismos de diversos grupos taxonômicos (plantas, animais) que são capazes de quantificar e monitorar os ecossistemas, indicando precocemente suas alterações, e desta forma, possibilitando que intrvenções sejam realizadas muito antes que ocorra o agravamento das condições ambientais.


Apresentação dos resultados no Encontro Internacional de Produção Científica de 2019, com as ex-alunas, Raquel de S. Cosin, Fabíola M. Azevedo e Gilsemara dos S. Cagni.

O conhecimento do ambiente, dos bioindicadores e como os organismos reagem as mudanças do ecossistema, pode ser utilizado para sensibilizar e conscientizar a população de que o cuidado da nossa Casa Comum deve ser constante, sendo que o homem deve preservar para deixar para à geração atual e às gerações futuras, um ambiente saudável e íntegro. Esta é a principal proposta dos objetivos de desenvolvimento sustentável (ODS) preconizado pela ONU (Organização das Nações Unidas).


Com o intuito de transformar o conhecimento, há alguns anos juntamente com meus alunos de Ciências Biológicas da UNICESUMAR, criamos o Museu de La Mari (carinhosamente nomeado assim por eles), um ambiente no qual podemos divulgar o conhecimento da ciência. Além disso, ações de conscientização, também devem ser realizadas dentro e fora da academia. Assim, algumas ações de educação ambiental com a população adulta e infantil surtem efeitos positivos, visando a sensibilização sobre nossos recursos hídricos e o cuidado com o meio ambiente.


Teatro de fantoches no dia de Campo das Agrárias, Fazenda da Unicesumar, Maringá, PR.

Desta forma, todo o conhecimento ultrapassa os muros da academia, chegando às escolas, à comunidade em geral, e aos gestores, os quais devem promover políticas públicas para melhorar a qualidade do ambiente e, consequentemente, dos organismos também. Nesta caminhada, alunas e alunos, professoras e professores, estamos juntos para promover um ambiente seguro e de qualidade para as futuras gerações.


Dra. Maria de los Angeles Perez Lizama, docente do programa de pós-graduação em Tecnologias Limpas, ICETI, UNICESUMAR, Maringá, PR. Desempenha atividades de pesquisa e orientação. Atualmente é coordenadora do CEUA Unicesumar, além de atuar em diversos Comitês de Bacias Hidrogáficas, como o do Paranapanema e Piraponema. É membro consultor da Reserva das Perobas (ICMBIO) e da Climate Resilience Network – RIPEDRC, membro consultivo "Elsevier Advisory Panel" e do "Inter-University Sustainable Development Reseach Programme" (IUSDRP). Também é consultora da FAPESP, da FACEPE e da Fundação Araucária. Tem experiência em ictiologia e Ictioparasitologia, com ênfase em bioindicadores ambientais, biomonitoramento de qualidade ambiental, recursos hídricos, sustentabilidade, ecoeficência urbana e educação ambiental.


Redes sociais: @maryperezlizana

Site do Museu de la Mari: www.museudelamari.com






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