Documento traz novos compromissos dos países com o Futuro e entre eles há destaques para a gestão da água
No último domingo (22), líderes mundiais se reuniram na Cúpula do Futuro, em Nova Iorque, para adotar o Pacto para o Futuro, um documento que inclui o Pacto Digital Global e a Declaração sobre as Gerações Futuras. O Pacto é o resultado de um processo de anos que busca adaptar a cooperação internacional às realidades de hoje e aos desafios de amanhã.
Este é o mais amplo acordo internacional em muitos anos, abrangendo áreas totalmente novas, bem como questões sobre as quais não foram possíveis chegar a um acordo em décadas. O Pacto visa, acima de tudo, garantir que as instituições internacionais possam cumprir suas funções em um mundo que mudou drasticamente desde que elas foram criadas.
O Pacto abrange uma ampla gama de questões, incluindo paz e segurança, desenvolvimento sustentável, mudança climática, cooperação digital, direitos humanos, gênero, juventude e gerações futuras, e a transformação da governança global.
A água é citada claramente em alguns trechos do documento, no que se refere sobre a preservação e manutenção de fontes de água doce, combatendo a poluição e fomentar o uso de tecnologias e inovação para erradicar a pobreza e a fome nas suas mais variadas dimensões, inclusive nos aspectos de desigualdades sociais com reflexos na área de água e saneamento.
“O Pacto para o Futuro, o Pacto Digital Global e a Declaração sobre as Gerações Futuras abrem as portas para novas oportunidades e possibilidades inexploradas”, disse o secretário-geral da ONU, António Guterres, durante seus comentários na abertura da Cúpula do Futuro.
Ele completou em seu discurso, “não podemos criar um futuro adequado para nossos netos com um sistema construído por nossos avós”.
O presidente da Assembleia Geral, Philemon Yang, observou que o Pacto “lançaria as bases para uma ordem global sustentável, justa e pacífica – para todos os povos e nações”.
A pauta climática está entre os principais temas do Pacto, como era de se esperar, tendo somo objetivo acelerar as medidas para enfrentar o desafio da mudança climática, por meio de mais financiamento para ajudar os países a se adaptarem à mudança climática e investirem em energia renovável.
Ainda no tema está descrito a confirmação da necessidade de manter o aumento da temperatura global em 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais e de fazer a transição dos combustíveis fósseis nos sistemas de energia para atingir emissões líquidas zero até 2050.
De modo geral, o acordo do Pacto é uma forte declaração do compromisso dos países com as Nações Unidas, o sistema internacional e o direito internacional. Os líderes estabeleceram uma visão clara de um sistema internacional que pode cumprir suas promessas, é mais representativo do mundo atual e faz uso da energia e a experiência dos governos, da sociedade civil e de outros parceiros importantes.
A Cúpula reuniu mais de 4.000 pessoas, entre Chefes de Estado e de Governo, observadores, representantes do Sistema das Nações Unidas, da sociedade civil e organizações não governamentais.
Para mais informações sobre o documento criado acesse: https://www.un.org/en/summit-of-the-future
Os trechos com as menções sobre a água no Pacto para o Futuro:
• Abordar e promover a prevenção da escassez de água e construir resiliência à seca para alcançar um mundo em que a água seja um recurso sustentável, garantindo a disponibilidade e gestão sustentável de água limpa e segura, saneamento e higiene para todos.
• Tomar ações ambiciosas para melhorar a saúde, produtividade, uso sustentável e resiliência dos oceanos e seus ecossistemas, além de conservar, utilizar de forma sustentável e restaurar os mares e recursos de água doce, bem como florestas, montanhas, geleiras e áreas secas, e proteger, conservar e restaurar a biodiversidade, ecossistemas e vida selvagem.
• Acelerar os esforços para combater a poluição do ar, da terra e do solo, da água doce e dos oceanos, incluindo a gestão adequada de produtos químicos, e trabalhar para a conclusão de um instrumento internacional juridicamente vinculativo sobre a poluição por plásticos, incluindo no ambiente marinho, com a ambição de concluir as negociações até o final de 2024.
• Assegurar que a ciência, a tecnologia e a inovação contribuam para nossos esforços de erradicar a pobreza em todas as suas formas e dimensões e a fome, além de reduzir as desigualdades, em áreas como segurança alimentar e nutrição, saúde, educação, proteção social, água e saneamento, energia, clima e meio ambiente.
Foto: UN Photo/Loey Felipe
Fonte: Consórcio PCJ
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