Estudo técnico vai elencar providências para 15 municípios da região
Um plano contra enchentes na Bacia do Rio Capivari começa a ser elaborado a partir deste mês pela Agência das Bacias PCJ, por deliberação dos Comitês PCJ. O investimento é de R$ 1,2 milhão e os estudos serão realizados pela Profill Engenharia e Ambiente, de Porto Alegre (RS) que recebeu ordem de serviço durante reunião na terça-feira (15/02/2022) com o Grupo Técnico de Acompanhamento (GTA), composto por representantes e autoridades dos municípios posicionados ao longo curso do rio. O projeto deve ser concluído em até 18 meses.
O Plano Diretor de Macrodrenagem da Bacia Hidrográfica do Rio Capivari, como é oficialmente chamado, tem como objetivo reduzir progressivamente a frequência, a intensidade e a gravidade das ocorrências de inundações onde já são registradas ou nas áreas potencialmente vulneráveis. A medida vai envolver 15 municípios: Campinas, Capivari, Elias Fausto, Hortolândia, Indaiatuba, Itupeva, Jundiaí, Louveira, Mombuca, Monte Mor, Rafard, Rio das Pedras, Tietê, Valinhos e Vinhedo.
“Esse estudo vai trazer elementos para que a gente possa olhar a bacia como um todo. O plano colabora nesses aspectos de ter uma visão global sobre a Bacia, a calha toda do rio. Temos uma expectativa muito grande. Precisamos da colaboração de todos para que este trabalho seja significativo, seja importante para a vida dos nossos municípios. Espero que no final tenha solução e que, se não possa resolver de todo, que possa minimizar a situação que ocorreu neste começo de ano na região” declarou Sergio Razera, diretor-presidente da Agência das Bacias PCJ.
Na avaliação do secretário-executivo dos Comitês PCJ, André Navarro, o estudo será uma importante ferramenta para os municípios. “Além de trazer soluções integradas de infraestrutura e ações não estruturais, o plano vem trazer dados que poderão auxiliar os municípios no planejamento urbano”, ressaltou. “Que seja um trabalho relevante e que, de fato, resolva o problema de macrodrenagem na região”, disse o vice-presidente do CBH-PCJ, Marco Antonio dos Santos.
Prefeito de Capivari, município mais atingido pelas enchentes nessa bacia, Vitor Riccomini, o Vitão, destacou a importância do plano. “Desde 1970 Capivari sofre com enchentes. Foram quatro enchentes nesse período. A de 2022 foi a pior de todas. Este plano é um alento para que nos ajude a minimizar essa situação. Que possamos juntos encontrar caminhos para todos esses municípios”, enfatizou.
A justificativa para a elaboração do plano é que o crescimento urbano, com ocupação das planícies de inundação, e o consequente aumento da impermeabilização na região, promoveram a diminuição do tempo de concentração da bacia, aumentando a velocidade de escoamento das águas superficiais em direção ao corpo d’água principal e promovendo o aumento das vazões a serem conduzidas pelos canais. Ao longo do seu curso, o Rio Capivari recebe resíduos e detritos de toda ordem, além de sofrer os efeitos causados por culturas agrícolas e áreas de pastagens. Outro problema é a carência de obras de drenagem e outros serviços de infraestrutura urbana, como pavimentação e galerias de águas pluviais, que contribuem para o agravamento do problema, uma vez que promovem o carreamento de sedimentos e demais resíduos para os cursos d’água. As características urbanas dos municípios que compõem a bacia, embora bastantes distintas, também favorecem o cenário das inundações, entre outras questões.
O Plano de Macrodrenagem tem por objetivo caracterizar as causas das inundações ocorridas nas zonas urbanas dos municípios localizados na região e apresentar propostas de ações (estruturais e não estruturais) para o controle de cheias, a curto (5 anos), médio (10 anos) e longo (20 anos) prazos, nas áreas urbanas dos 15 municípios com área na Bacia do Rio Capivari. Quando os diagnósticos ou os prognósticos indicarem a necessidade, serão realizadas ações também nas áreas rurais.
A contratação de empresa especializada para a elaboração do referido plano visa à apresentação de todos os levantamentos necessários, dos estudos hidrológicos e das simulações hidráulicas, bem como dos diagnósticos, prognósticos e respectivos planos de ação, com horizonte de 20 anos, que viabilizem a definição de diretrizes gerais de caráter regional, capazes de orientar posteriormente a elaboração ou a revisão de Planos Diretores Municipais de Macrodrenagem, adequados à realidade de cada município e da unidade hidrográfica envolvida. Após a conclusão, cada município ficará responsável pela implantação das ações indicadas. Entre este ano e 2023, está prevista a realização de quatro seminários e uma audiência pública para discutir o plano. O primeiro seminário será no próximo dia 15 de março.
BACIA DO CAPIVARI
A Bacia Hidrográfica do Rio Capivari possui 1.568,34 km². Com cerca de 200 quilômetros de extensão, o Rio Capivari é um afluente da margem direita do Rio Tietê, cujos principais afluentes são os Ribeirões Sapezal, Piçarrão, Areia Branca, Água Choca e Capivari-Mirim. Suas nascentes localizam-se a 750 m de altitude, na Serra do Jardim, no município de Jundiaí.
Fonte: PCJ
Comments