Na última segunda-feira, dia 09/05, a empresa Engecorps, contratada por meio de licitação para elaborar a proposta do Programa de Monitoramento das Águas Subterrâneas do Alto São Francisco, apresentou aos membros do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco (CBHSF), em reunião realizada de forma virtual, o produto 6 do projeto. O representante da empresa, Leonardo Alvim, explicou que o estudo está sendo feito para as três bacias, SF2 (bacia do rio Pará), SF3 (bacia do rio Paraopeba) e SF4 (bacia do entorno da represa de Três Marias).
O hidrogeólogo Flávio de Paula e Silva, também da Engecorps, enumerou os critérios adotados para a elaboração do documento, como a escolha das áreas a serem monitoradas – áreas críticas e áreas intactas, e a seleção de poços a serem monitorados – poços ativos, poços inativos ou desativados e poços dedicados. Dentre as ações planejadas para o monitoramento estão os custos estimados da implantação, coleta e análise de amostras, dentre outras.
O documento também aponta a importância de observar o custo da implementação e uma rede regional, pois este aumenta à medida que mais poços são incorporados. Ao final da apresentação, a representante da Agência Nacional de Água e Saneamento Básico (ANA), Márcia Gaspar, ressaltou a necessidade de os poços serem doados definitivamente e não cedidos, pois muitas vezes os usuários têm que devolver esses poços quando solicitados. O coordenador da CCR Alto São Francisco, Altino Rodrigues, destacou: “até que ponto os poços que não estão cadastrados podem interferir no monitoramento e no balance de água subterrânea? A partir da crise hídrica vimos um avanço muito rápido da exploração de água subterrânea e a maioria dos poços são irregulares. Sabemos que pouca gente faz o cadastro”. De acordo com Flávio de Paula, um cadastro simples não contempla todas as informações necessárias. “Para uma gestão eficiente, é preciso considerar três parâmetros: reserva, extração e qualidade. Sem o parâmetro extração os dados ficam comprometidos”.
Reunião virtual contou com apresentação do produto 6 do projeto
Atualmente o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (IGAM) é o responsável pelo monitoramento das águas subterrâneas de Minas Gerais e conta com pouco mais de 120 poços. A rede do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) possui 94 poços na Bacia do Rio São Francisco e a maioria da Rede Integrada de Monitoramento de Águas Subterrâneas (RIMAS) está situada no Médio São Francisco.
Participaram da reunião o coordenador da CCR Alto São Francisco, Altino Rodrigues Neto, o secretário do CBHSF, Almacks Luiz Silva, e representantes do IGAM, da ANA e das Câmaras Consultivas Regionais.
Na próxima reunião, com data para acontecer dia 25/05, será apresentado o Produto 8 que trata da elaboração do plano de ação, com cronograma e atividades que deverão ser executados para que a rede de monitoramento seja implementada.
Assessoria de Comunicação do CBHSF: TantoExpresso Comunicação e Mobilização Social *Texto: Rannyer Emannuela Barboni *Foto: Leo Boi
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