O XXIV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos faz do Expominas, em Belo Horizonte, o grande palco dos assuntos ligados à gestão hídrica. Um importante momento para falar sobre temas como uso racional e prevenção à escassez da água no planeta
Belo Horizonte é a sede, durante essa semana, de discussões centrais sobre a agenda atual em torno dos recursos hídricos. Sob o tema central “Água em pauta: múltiplas dimensões”, o XXIV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos reúne grandes especialistas e autoridades nacionais e internacionais em torno do assunto.
A iniciativa da Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRHidro) tem a correalização do Governo de Minas Gerais e da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (FIEMG) e outras entidades parceiras, sendo o maior evento da história de 44 anos da Associação, como bem destaca a presidente da instituição, Synara Broch.
O Expominas é a sede presencial do evento, que também conta com programação virtual. As atividades remotas são exibidas em plataforma exclusiva de transmissão mantida pelo congresso. Já as 40 atividades gratuitas podem ser conferidas no canal do YouTube da entidade.
Uma abertura marcante
Algumas das maiores autoridades do setor prestigiam o evento. O discurso da secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de MG, Marília Carvalho de Melo, abriu a cerimônia de abertura. Ela falou sobre a importância da realização da XXIV edição do Simpósio em terras mineiras. “O que queremos desse momento de integração é a criação de uma agenda pragmática, com resultados práticos e que entregue à sociedade o que a ela interessa para sua saúde e para a produção de alimentos”.
O saneamento e a integração com os recursos hídricos foi um dos temas abordados pelo superintendente de Meio Ambiente da Copasa, Nelson Cunha Guimarães. Segundo ele, a busca por soluções sustentáveis e pela universalização do saneamento é uma das metas da companhia. “Temos feito grandes investimentos. Somos pioneiros no programa pró-mananciais para a recuperação ambiental de bacias hidrográficas”, diz. Ao todo, mais de 500 mil mudas já foram plantadas pela instituição.
Homenageada da noite, a diretora de Sistemas Regionais da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), Monica Porto, foi a primeira presidente mulher da Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRHidro). Pioneira, também se tornou a primeira mulher a receber o prêmio Flávio Terra Barth 2021, concedido a cada dois anos em reconhecimento à atuação de pessoas e instituições que se destacam na gestão dos recursos hídricos. “A Associação é um celeiro de novas ideias”, citou, referindo-se também ao apoio que os simpósios trazem para as discussões das crises hídricas.
A presidente da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA), Christianne Dias, ressaltou os desafios enfrentados diante da recente crise hídrica que assolou o Brasil. “Sem dúvida, foi um ano desafiador no que diz respeito à nova agenda regulatória para o saneamento básico”.
Já a secretária de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (SEAPA), Ana Maria Soares Valentini, falou que a responsabilidade no uso da água não é só da agropecuária. “Também deve ocorrer na população urbana”.
O presidente em exercício da FIEMG, José Batista de Oliveira, lembrou que a água é o recurso essencial para a manutenção da vida no planeta, tal a importância da gestão integrada dos recursos hídricos. Um bem estratégico para a produção de alimentos. “Sempre buscamos atuar de forma colaborativa, incentivando a inovação tecnológica no uso da água na indústria”, reforçou.
Emocionada, a anfitriã, Synara Olendzki Broch, presidente da Associação Brasileira de Recursos Hídricos (ABRHidro), citou que desde 1977 a entidade acompanha o despertar da sociedade para a relevância da água no planeta. “Assim como as águas, tenho certeza de que juntos somos mais fortes. Acreditamos em dias melhores para trocar conhecimentos e experiências, sempre em busca da construção de novos caminhos para a gestão da água”.
Outras autoridades marcaram presença na abertura: o ministro do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz; a diretora de Hidrologia e Gestão Territorial da CPRM, Alice Castilho; Sandra Regina Goulart Almeida, reitora da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), e Wilson Rodrigues de Melo Júnior, representando o Ministério do Desenvolvimento Regional. A presença da Orquestra Jovens das Gerais foi um espetáculo à parte, antecedendo a diversificada e completa programação do simpósio.
Pontos altos do Simpósio
A dimensão e importância do evento da capital mineira fica evidente não apenas pelo porte dos conferencistas e pela ampla e diversificada programação que está sendo acompanhada por cerca de 3 mil participantes. O simpósio é uma oportunidade única de trazer o Brasil para o centro dos debates fundamentais em torno da gestão de recursos naturais.
Veja alguns dos destaques e temas de relevância que estão sendo discutidos no Expominas.
A ciência da água em panorama: uma das presenças celebradas foi a do premiado professor de hidrologia, Keith Beven. Na conferência intitulada “Perspectiva histórica e futura da ciência da água”, o especialista, que é consagrado por desenvolver metodologias e modelos hidrológicos, trouxe contribuições de ponta. O professor – mundialmente reconhecido quando o assunto são os sistemas de previsão e análise de incertezas – falou sobre os limites e as perspectivas de estudos e aprimoramentos que originem sistemas e métodos mais precisos e satisfatórios;
O impacto das tecnologias: “Recursos hídricos na era digital” foi o tema abordado em conferência pelo atual ministro do TCU, Aroldo Cedraz. Quando parlamentar, ele também foi o relator da Lei nº 9.433, conhecida como Lei das Águas do Brasil. A normativa mudou os rumos da gestão da água no País, por colocar o assunto entre as políticas públicas nacionais. Cedraz destacou que é fundamental investir em tecnologia para otimizar a gestão das águas e reduzir as desigualdades, valorizar a cidadania e construir uma visão unificada, com políticas públicas, de fato, eficazes;
O papel das ações educativas: o summit promovido pela Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental (CIEA), da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), teve como pauta a educação ambiental com foco nos recursos hídricos. Representantes de entidades públicas, governamentais e ONGs debateram um assunto, numa conversa que também envolveu a apresentação de boas práticas;
Rumo ao 9º Fórum Mundial da Água: outro importante momento foi a mesa redonda “SESSÃO WWC 1: Rumo ao 9º Fórum Mundial da Água, Dakar 2022 | Desafios do financiamento do ODS 6 na América do Sul”. O debate trouxe a visão do governo, de instituições de financiamento, prestadores de serviço públicos e privados e de órgãos reguladores sobre o tema, com destaque para questões como a Lei nº 14.026 (Novo Marco do Saneamento) e os desafios para alcançar as metas rumo à universalização dos serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário;
Livro Mulheres pela Água: a obra foi escrita por 51 mulheres que atuam no setor de Recursos Hídricos e trazem seu olhar muito pessoal sobre os esforços de cada uma em prol das nossas águas. Este foi um lançamento editorial organizado pela Rede Brasil de Organismos de Bacias Hidrográficas (REBOB) e que fez parte da programação do simpósio.
Até sexta-feira, 26.11, o XXIV Simpósio Brasileiro de Recursos Hídricos seguirá trazendo discussões sobre a água, um recurso fundamental para as novas gerações e o futuro do planeta. Para acessar o evento, acesse aqui: https://eventos.abrh.org.br/xxivsbrh/
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M.Bertelli Comunicação (48) 99963.0416 imprensa@mbertelli.com.br
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