SP Águas debate o futuro e a resiliência das águas subterrâneas em webinar inédito com especialistas

Evento reuniu diretoria, academia e órgãos parceiros para discutir governança, novas normas de outorga e estudos estratégicos para o enfrentamento de crises hídricas

A SP Águas realizou nesta segunda-feira, 15 de dezembro de 2025, o webinar “Águas Subterrâneas no Estado de São Paulo: Conhecimento, utilização e proteção”. O evento online, promovido pela Superintendência de Regulação em parceria com a Escola das Águas, reuniu especialistas renomados e técnicos do setor para alinhar estratégias sobre os recursos hídricos subterrâneos, que se mostram cada vez mais estratégicos diante das mudanças climáticas.

O encontro virtual teve como objetivo integrar o conhecimento técnico à agenda regulatória da Agência, abordando desde a qualidade das águas e gestão de áreas contaminadas até a modernização dos processos de outorga.

Resiliência e Segurança Hídrica

A abertura foi conduzida pela Diretora-Presidente da SP Águas, Camila Viana, e pelo Superintendente de Segurança Hídrica, André Navarro. Em sua fala, Camila destacou a transversalidade do tema na política estadual.

“As águas subterrâneas estão em todos os planos de Recursos Hídricos do Estado e no plano de adaptação e resiliência climática. É um ponto central de atenção para o desenvolvimento de estudos e ferramentas para sua melhor proteção. Este webinar conversa diretamente com a nossa agenda regulatória, visando disseminar conhecimento e aprimorar nosso balanço hídrico” afirmou Camila Viana.

O professor Ricardo Hirata (USP), referência internacional em hidrogeologia, apresentou dados contundentes sobre a importância desse recurso. Segundo Hirata, as águas subterrâneas abastecem, total ou parcialmente, 80% dos municípios paulistas. Ele enfatizou que, durante a crise hídrica de 2013-2017, as cidades abastecidas por águas subterrâneas foram duas vezes mais resilientes do que aquelas dependentes exclusivamente de águas superficiais.

Integração com a CETESB e Qualidade da Água 

O evento contou ainda com a participação de especialistas da CETESB. A geográfa Rosângela Pacini Modesto apresentou o panorama das redes de monitoramento de qualidade (Qualidade e Integrada), detalhando os desafios com parâmetros como nitrato no Aquífero Bauru.

Na sequência, o gerente da Divisão de Apoio ao Gerenciamento de Áreas Contaminadas da Companhia, André Silva Oliveira, abordou o gerenciamento de áreas contaminadas, destacando a necessidade de integração de sistemas entre SP Águas, CETESB e Saúde para garantir a segurança na emissão de outorgas em regiões críticas.

Novas Normas e Estudos Estratégicos

No período da tarde, o webinar discutiu a modernização normativa e o planejamento estratégico da SP Águas:

O superintendente de Regulação da SP Águas, Claiton Barbosa, apresentou a nova deliberação que integra os sistemas da SP Águas, CETESB e Vigilância Sanitária para outorgas de consumo humano, além de detalhar a revisão da Deliberação Geral de Outorgas. O objetivo é consolidar normas dispersas, simplificar procedimentos e aumentar a segurança jurídica para técnicos e usuários.

Logo após, o gerente de Inovação e Sustentabilidade da Agência, Rafael Chasles, apresentou um estudo inédito, desenvolvido pela consultoria Tritium, que criou o indicador MAP (Municípios para Ação Prioritária). O estudo identificou as cidades mais vulneráveis à escassez hídrica no estado, propondo projetos-padrão de poços tubulares para resposta emergencial a estiagens severas.

O webinar

O evento reforçou o compromisso da SP Águas em basear suas decisões regulatórias em ciência e dados robustos. As discussões sobre a nova Deliberação Geral de Outorgas continuarão com rodadas de conversas nas unidades descentralizadas, garantindo a participação do corpo técnico na construção final do normativo.

O conteúdo completo do webinar e os materiais apresentados estarão disponíveis em breve na nossa intranet e no acervo da Escola das Águas.

Fonte: SP Águas